30 janeiro 2008

Flu goleia o Volta Redonda

O trio de ouro
Após três partidas devendo uma boa apresentação, Renato finalmente mexeu no time. Barrou Gustavo Nery e escalou Júnior César como titular da lateral esquerda diante do Volta Redonda, ontem, no Maracanã. Sob uma chuva tipicamente paulistana, poucos cariocas se dispuseram a sair de casa e encarar o frio fora de época para ver a máquina tricolor novamente sob prova.

A saída de Gustavo Nery resolveu parte dos problemas tricolores. Júnior César cometeu os mesmos erros de Gustavo Nery – errando passes simples, deixando uma avenida na lateral esquerda que os fraquíssimos adversários não souberam explorar, mas em contrapartida ganhou em movimentação. Júnior César é um jogador voluntarioso por natureza, corre, corre, corre, corre... Às vezes até mais do que a bola. Para um lateral, é isso o que se espera... Não apenas isso, mas também. Coisa que o Gustavo Nery não fazia.

Renato Gaúcho até que foi coerente quando disse que Gustavo Nery só poderia se recuperar jogando. O problema é que jogando ele estava prejudicando o time e corríamos o risco de sermos eliminados da Taça Guanabara. Como não há treinos no Fluminense – apenas rachões nas ruínas do que foi o estádio das Laranjeiras – Gustavo Nery não poderá se recuperar. E chegamos à conclusão de que sua contratação foi um erro. Não somos o São Paulo para trazermos jogadores fora de forma para e os recuperarmos para o futebol. O que o São Paulo está fazendo com Adriano, infelizmente não temos condições nem estrutura para fazê-lo com Gustavo Nery. E se nos lembramos que o Fluminense já contratou recentemente diversos jogadores em condições semelhantes que nunca se recuperaram, como André Luiz, Rogério e Jean, então só podemos concluir que a recuperação de Gustavo Nery é altamente improvável.

Modificando apenas uma peça – e mantendo o polêmico 4-3-3, Renato viu sua equipe sofrer no primeiro tempo as mesmas dificuldades dos jogos anteriores. O Volta Redonda, decididamente é um time bem mais fraco que o Macaé. Não conseguiu aproveitar-se dos espaços que o meio campo tricolor lhe dava e não chegou a ameaçar... muito. Pois é, mesmo com toda a fragilidade do time do vale do Paraíba, ainda assim por duas oportunidades estiveram perto de abrir o placar. De positivo apenas a entrevista de Renato, no fim do jogo, admitindo que não poderá jogar sempre com os três atacantes e haverá jogos em que um deles ficará no banco. Ora, se o 4-3-3 não poderá ser usado nos jogos decisivos, por que este é o esquema que está sendo treinado à exaustão? Não seria o caso de treinar os outros esquemas táticos, por que serão os que importarão quando chegar o momento decisivo?

Bem, mas vamos ao jogo. No primeiro tempo, apenas um gol do Fluminense. Após o córner cobrado por Thiago Neves, Luiz Alberto antecipa-se ao goleiro e toca de cabeça para o gol vazio. A jogada de bola parada de Thiago Neves continua sendo a maior chance de gol para o Fluminense. A registrar apenas que em três oportunidades, Thiago Neves abriu mão de cobrar o escanteio para dentro da área e preferiu cobrar curtinho, passando a bola para Júnior César. Em uma delas, Júnior César perdeu a bola e armou o contra-ataque para o Volta Redonda, com os nossos zagueiros no ataque. Não vejo sentido para abrirmos mão de cobrarmos o escanteio para dentro da área, a menos que Thiago Neves não esteja em perfeitas condições físicas. Como no jogo passado ele terminou o jogo em frangalhos e ontem foi substituído no segundo tempo com dores no joelho, parece que está aí a explicação.

A boa novidade é que o Fluminense desandou a fazer gols no segundo tempo, sem Thiago Neves. Não tenho certeza dos números, mas penso que mais de 60% dos gols tricolores partem dos pés (e do cérebro) de Thiago Neves. Isso vinha acontecendo desde que Thiago Neves ganhou a posição, quando Carlos Alberto saiu em meados do ano passado. Quando Thiago não jogava, o Fluminense não fazia gols. Por isso foi tão bom ver a equipe conseguir jogar criativamente no segundo tempo, fazendo quatro gols sem a participação do Thiago. Já que temos a pretensão de disputar a Libertadores com o objetivo de sermos campeões, então não podemos depender de apenas um jogador. Bom sinal.

Outra boa novidade foi a descoberta de que temos mais um batedor de faltas no time. Washington fez o segundo gol do jogo numa cobrança precisa, colocando a bola no ângulo, à la Rogério Ceni.

Por fim, o grande personagem do jogo não poderia ser deixado de lado. Dodô vinha perseguindo o seu gol desde a estréia e finalmente conseguiu marcar. Foi o último gol da goleada, uma bomba de fora da área que entrou no ângulo. Mas tão bonito quanto o gol foi o passe que deixou Leandro Amaral frente a frente com o goleiro para marcar o terceiro gol da noite chuvosa. Leandro havia pedido a bola na frente, fazendo um gesto com as mãos. Dodô viu o sinal do companheiro e entendeu a jogada. Enfiou a bola com um passe de trivela, por entre dois zagueiros e a bola foi morrer exatamente poucos metros à frente de Leandro, por onde ele se projetava. Com um passe tão belo como esse, Leandro não poderia perder o gol.

FICHA TÉCNICA - SÚMULA:
VOLTA REDONDA 1 X 5 FLUMINENSE
Estádio: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 29/1/2008 - 19h30min (de Brasília)

Árbitro: Antonio Frederico de Carvalho Schneider (RJ)
Auxiliares: Dibert Pedrosa Moises (RJ) e Marcelo Correa de Lima (RJ)

Renda/público: R$ 97.932,00 / 8.126 pagantes
Cartões amarelos: Julio Cézar, Butti (VTR)
GOLS: Luiz Alberto, 28'/1ºT (0-1); Washington, 7'/2ºT (0-2); Leandro Amaral, 11'/2ºT (0-3); Washington, 21'/2ºT (0-4); Hamilton, 31'/2ºT (1-4); Dodô, 36'/2ºT (1-5)

VOLTA REDONDA: Edinho, Julio Cézar, Carlão, Ailson e Hamilton; Deni (Robinho, 23'/2ºT), Alexandre, Butti e Marcinho (Lecheva, 10'/2ºT); Léo Guerra e Márcio Pinho (Leandro Sena, Intervalo). Técnico: Válter Ferreira.
FLUMINENSE: Diego, Gabriel, Thiago Silva (Roger, 23'/2ºT), Luiz Alberto e Junior Cesar; Ygor (David, 29'/2ºT), Arouca e Thiago Neves (Cícero, 14'/2ºT); Leandro Amaral, Washington e Dodô. Técnico: Renato Gaúcho.

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