08 janeiro 2008

Qual o esquema ideal - 352 ou 433?

Apesar da frustração de não termos contratado um goleiro, temos que reconhecer que os reforços trazidos pela diretoria do Flu vieram justamente suprir a carência do nosso setor mais deficiente em 2007: o ataque. Mantivemos a base da equipe e reforçamos o setor fraco. Dessa maneira não vamos ter grandes problemas de entrosamento como tivemos nos últimos dois anos e esperamos que o time estréie já em ponto de bala. Não há espaço para a desculpa de que os jogadores ainda estão se conhecendo. Sob esse aspecto, a cobrança da torcida vai ser maior.

Com tantos atacantes contratados, qual vai ser o esquema adotado por Renato? Eu tenho a impressão que a tentação de escalar o time no 433 é grande. Mas perigosa. Por vários motivos. Em primeiro lugar, porque Gabriel e Gustavo Nery rendem muito mais quando jogam de ala. Em segundo lugar porque com dois zagueiros fatalmente Roger iria para o banco. E trata-se de abrir mão de um jogador excepcional. Não apenas pelo futebol que é capaz de jogar, mas também pela inteligência e experiência que tem. Nenhum time do Brasil e do mundo pode prescindir de um jogador assim.

Por esses motivos, sou favorável a jogarmos no 352. O time titular seria esse: Fernando Henrique, Thiago Silva, Luiz Alberto e Roger; Gabriel, Fabinho (ou Ygor), Arouca, Thiago Neves e Gustavo Nery; Leandro Amaral e Washington. Trata-se do esquema que mais versatilidade pode dar à equipe. Parece que estamos abrindo mão de um atacante, mas é o esquema que proporciona o espaço para a subida de um ala. Com esse esquema e sob o comando de um técnico inteligente que soube explorar seu potencial, Gabriel marcou 16 gols no campeonato brasileiro de 2005. No final do ano passado, Renato Gaúcho armou algumas vezes o time no 352, mas não tivemos um rendimento tão bom quanto o time de Abel Braga. É bem verdade que Júnior César na ala esquerda nem se compara a um Juan, mas o ala Gabriel de 2007 também não chegou aos pés do ala Gabriel de 2005. Gostaria de ver o time jogando nesse esquema tático em 2008. Acredito que Roger e Gustavo Nery têm condições de fazer uma ala esquerda fabulosa, contando ainda com o apoio de Thiago Neves ou Conca, na frente. Trata-se de um esquema versátil que, em alguns momentos do jogo, leve a cinco ou seis jogadores no ataque. Com a posse de bola, nosso ataque pode ter Gabriel, Washington, Leandro Amaral, Thiago Neves e Roger! Tudo depende dos treinamentos e do entrosamento dos jogadores. Se este time encaixar, pode dar o que falar!

Duas coisas me preocupam este ano. A primeira é que tenho quase certeza que Renato não vai optar pelo 352. Por motivos até de marketing, é difícil deixar Dodô no banco, e penso que ele vai mesmo com o 433, um esquema frágil, engessado, separando o time em três setores: defesa, meio e ataque. Não acredito que possa dar certo. A minha outra preocupação diz respeito ao açodamento com que Renato mexe no time, quando estamos perdendo. É comum, nessas ocasiões, vermos o time com 4 atacantes. Quantas vezes vimos esta cena em 2007? Nosso ataque formado por Adriano Magrão, Somália, Alex Dias e Soares batendo cabeça e não conseguindo criar uma jogada de ataque sequer? Pois quando estamos perdendo uma partida, não é às custas de mais jogadores no ataque que se conquista a vitória. Se fosse tão simples assim, todos os times teriam 4 ou 5 atacantes!

Bem, vamos aguardar as notícias de Vitória, onde o Fluminense está fazendo sua pré-temporada, para tentarmos entender o que passa pela cabeça de nosso técnico e qual vai ser o esquema tático deste ano.

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