07 junho 2008

Com raça e sorte, o Flu chega à final

O Fluminense chegou à final da Libertadores, após derrotar o Boca Juniors por 3 a 1, no Maracanã, num jogo histórico, eletrizante, que não será esquecido tão cedo. A torcida tricolor lotou o Maracanã para sofrer a pressão do time argentino, atual campeão da Libertadores e verdadeiro carrasco dos times brasileiros. Há 45 anos um time brasileiro não derrotava o Boca Juniors em um mata-mata. O último havia sido o Santos de Pelé, em 1963. A quebra do tabu deve ser comemorada pelos tricolores, mas não muito, sob o risco de perderem o foco da decisão contra a LDU de Quito.


Com a vantagem de dois empates, após o 2 x 2 em Avellaneda, o Fluminense jogou um primeiro tempo como um time pequeno, trancado na defesa. De nada adiantou as declarações dos jogadores afirmando que era preciso jogar de igual para igual com o Boca. O Fluminense não conseguiu cumprir a promessa. O Boca sentiu-se em casa nas grandes dimensões do Maracanã. Seus laterais jogavam bem abertos, literalmente em cima das linhas laterais, forçando a defesa tricolor a se abrir. Dificilmente erravam um passe, para desespero do técnico Renato Gaúcho, que viu um passe quase por sobre a linha lateral passar a sua frente e não poder fazer nada.


O Fluminense, quando tinha a posse de bola, embolava no meio, facilitando o trabalho do Boca que rapidamente retomava a posse de bola. O primeiro tempo acabou e deixou os tricolores apreensivos. O sentimento era de que o gol argentino ia sair a qualquer momento. O gol finalmente amadureceu, no segundo tempo e, a exemplo do que havia acontecido no jogo contra o São Paulo, Ygor foi cobrir o lateral Gabriel, foi driblado duas vezes e permitiu o cruzamento para a área. Palermo, o maior atacante da história do Boca Juniors, se livrou da marcação de Thiago Neves e cabeceou entre o pé de Fernando Henrique e a trave.

Palermo vence Fernando Henrique

Naquele momento a torcida tricolor começou a cantar, para empurrar o time para a frente. Poucos, entretanto, imaginariam que uma vitória tão expressiva se consolidaria nos minutos finais. Imediatamente após o gol, Renato Gaúcho consertou o erro da escalação de Ygor e pôs Dodô em seu lugar. O atacante entrou insipirado e participou dos três gols tricolores. No primeiro, sofreu a falta que Washington cobrou, por cima da barreira, para empatar o jogo. No segundo, fez boa jogada pelo meio e deu excelente passe para Conca, na ponta direita. O argentino revelado pelo River Plate avançou até a área e cruzou para o meio. A bola bateu no pé de um defenseor argentino e caprichosamente tomou a direção do gol, sem chance de defesa para Migliori.


Com a virada tricolor, o Boca cansou. Renato trocou ainda Thiago Neves por Maurício, para fechar o buraco na lateral direita tricolor, e finalmente o Fluminense passou a ter mais posse de bola. Gabriel começou a arriscar subidas ao ataque. Em belo lance, foi à linha de fundo e cruzou para trás, mas Dodô desperdiçou chutando mal. Aos 48 minutos do segundo tempo, o golpe de misericórdia. Dodô intercepta o passe de Palácio, dribla o zagueiro e toca no canto. Festa tricolor, que pela primeira vez na sua história, vai disputar uma final continental.


Washington empatou o jogo

FICHA TÉCNICA - SÚMULA:

FLUMINENSE 3 X 1 BOCA JUNIORS
Estádio: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Data/hora: 04/6/2008 - 21h50min (de Brasília)


Árbitro: Carlos Torres (PAR)
Auxiliares: Manuel Bernal (PAR) e Emigdio Ruiz (PAR)

Renda/público: R$ 1.729.117,50 / 78.856 pagantes

Cartões amarelos: Washington, Arouca, Thiago Neves, Gabriel, Fernando Henrique, Junior Cesar (FLU); Riquelme, Palermo (BOC)

GOLS: Palermo, 12'/2ºT (0-1); Washington, 17'/2ºT (1-1); Conca, 26'/2ºT (2-1), Dodô, 47'/2ºT (3-1)

FLUMINENSE: Fernando Henrique, Gabriel, Thiago Silva, Luiz Alberto e Junior Cesar; Ygor (Dodô, 15'/2ºT), Arouca, Cícero, Conca e Thiago Neves (Maurício, 33'/2ºT); Washington (Roger, 47'/2ºT). Técnico: Renato Gaúcho.

BOCA JUNIORS: Pablo Migliore, Hugo Ibarra, Julio Cáceres, Gabriel Paletta e Morel Rodríguez (Boselli, 33'/2ºT); Vargas (Ledesma, intervalo), Battaglia, Dátolo (Chavez, 39'/2ºT) e Riquelme; Palacio e Martín Palermo. Técnico: Carlos Ischia.

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