Na década de 80, um árbitro que eu gostava de ver apitar era o Arnaldo Cézar Coelho. Geralmente era escalado para apitar as decisões, e em algumas oportunidades chegava mesmo a brilhar mais que os jogadores. Era um fora-de-série, o maior juiz que já vi apitar, maior mesmo que esse italino Colina, de que tanto falaram. Outro árbitro da mesma época que também era muito escolhido para os jogos decisivos era o José Roberto Wright, que tinha potencial, é verdade, eu mesmo vi algumas boas partidas apitadas por ele, mas era uma bomba atômica fecal, prestes a explodir a qualquer momento, jogando merda para todos os lados.
Eu mesmo me lembro de três grandes cagadas do Wright: a final do carioca de 1985, entre Fluminense e Bangu, quando ele deixou de marcar um pênalti de Vica em Cláudio Adão no último minuto; o jogo em que o Flamengo eliminou o Atlético Mineiro da Libertadores de 1981, e Wright expulsou quatro ou cinco jogadores do Galo no primeiro tempo, inexplicavelmente; e o Flamengo e Vasco em que ele entrou em campo com um microfone para gravar as ofensas que dirigia aos jogadores do Vasco.
O cara tinha potencial, mas seu ego era tão grande que volta e meia metia os pés pelas mãos e por isso nunca chegou aos pés do Arnaldo. O próprio lance da final de 1985 mostra isso. Aos 45 minutos do segundo tempo, Marinho rouba uma bola na lateral direita da defesa bangüense e faz um lançamento de 50 ou 60 metros para Cláudio Adão, que estava no meio de campo , marcado por Vica. Os dois correm atrás da bola e Cláudio Adão chega na frente. Na entrada da área tricolor, Vica o derruba. Wright estava na lateral direita, acompanhando de perto o ataque tricolor e foi traído pelo lançamento de Marinho. Quando o pênalti aconteceu, estava correndo em direção ao lance, mas ainda não havia chegado ao meio-campo. Não viu, não pôde ver o lance. Não teve certeza, não teve confiança para marcar o pênalti e não o marcou. Esse não foi o seu grande erro, mas sim o que aconteceu a partir daí. Cercado pelos jogadores alvi-rubros, mandou o jogo seguir. Paulo Victor lança a bola para o ataque, e cai nos pés de Romerito. Os jogadores do Bangu perseguem Wright que continua a correr com os braços abertos indicando que o jogo estava em andamento. O goleiro do Bangu abandona o gol e junta-se aos companheiros na sua reclamação. Romerito, sem marcação, toca para o gol vazio, no que seria o terceiro gol tricolor. Wright aponta para o meio campo, valindando o gol. Era o que faltava! Os jogadores do Bangu começam a agredir Wright que pede socorro à polícia. Apanhou um pouco antes de sair de campo. Depois, nas entrevistas explicando o lance, preferiu mentir: disse que havia encerrado o jogo quando houve o lançamento de Marinho. As emissoras de TV recuperaram imagens filmadas por trás dos gols desmentindo essa explicação covarde. Enfim, uma lambança sem tamanho que poderia ter sido amenizada se admitisse o erro.
Por tudo o que fez na sua carreira como árbitro, Wright não poderia ser mesmo um bom comentarista de arbitragem. Quando assisto um jogo do Fluminense pela Rede Globo e Wright é o comentarista de arbitragem, invariavelmente me irrito com seus comentários. Pois bem, toda essa introdução foi para comentar sobre a vitória do Flu contra o América de Natal, uma das partidas que mais me irritou nos últimos tempos.
Para começar Wright iniciou elogiando o árbitro do jogo, o mineiro Cléver Assunção Gonçalves, um dos piores árbitros da nossa primeira divisão. Aquele mesmo que conseguiu roubar mais que o Edilson Pereira de Carvalho ao apitar a segunda edição do jogo Juventude x Fluminense, anulado em 2005. Disse que Cléver Gonçalves era um árbitro muito bom, que "evoluiu muito no ano passado e que vinha fazendo um excelente campeonato". Estás brincando, não é, Wright?
Durante a partida tivemos a oportunidade de ver o árbitro desfilar seu repertório de erros, roubos e omissões, culminando com a anulação de um ataque do Flu, no primeiro tempo, para marcar uma falta a favor do Flu, ignorando uma vantagem com chance clara de gol. Detalhe: a torcida do América de Natal exibia uma faixa com os dizeres: "Sr. Juiz, por favor, roube com moderação!". Pelo visto não somos só nós que sofremos com esses pilantras...
Quanto ao jogo, o Flu venceu, é verdade. Mas venceu jogando mal, muito mal, o que é sinal de que derrotas vêm por aí. Alex Dias colaborou muito para aumentar a minha irritação ao driblar o goleiro e perder um dos gols mais feitos que já vi na minha vida. Digno de entrar na coletânea de gols perdidos do Youtube. Carlos Alberto continuou a praticar aquele esporte que ele - e somente ele - acha que é futebol. Não é. Parece futebol, ou melhor, lembra vagamente, mas não é. Pois futebol é um esporte coletivo e o que Carlos Alberto pratica, não. Enfim, apesar de Carlos Alberto e Alex Dias, contando com a ajuda do fraquíssimo time do América de Natal, o Fluminense conseguiu a sua primeira vitória fora de casa e trouxe para o Rio mais três pontos que o deixaram em quinto lugar no campeonato brasileiro.
E eu, após o jogo, lamentei ter perdido o meu tempo vendo esta pelada, me irritando com Alex Dias, Carlos Alberto, Cléver Gonçalves e o hors-concurs José Rouberto Wright.
FICHA TÉCNICA - SÚMULA:
AMÉRICA-RN 0 X 1 FLUMINENSE
Estádio: Machadão, Natal (RN)
Data/hora: 24/06/2007 - 16h (horário de Brasília)
Renda: R$ 155.545,00
Público: 10.061 pagantes
Árbitro: Cléver Assunção Gonçalves (MG)
Auxiliares: Marco Antônio Gomes (MG) e Guilherme Dias Camilo (MG)
Cartões amarelos: Leandro Sena, Marquinho (AME); Carlinhos (FLU)
Cartões vermelhos: Odirley, 33'/2ºT (AME)
GOLS: Adriano Magrão, 1'/1ºT (0-1)
AMÉRICA-RN: Renê, Márcio Santos, Odirley e Marcos Alexandre (Marquinhos, intervalo); Adriano Peixe, Rafael Muçamba (Arlon, intervalo), Célio, Paulo Isidoro (Frontini, 31'/2ºT), Leandro Sena e Marcinho; Luciano Dias. Técnico: Lori Sandri.
FLUMINENSE: Fernando Henrique, Carlinhos, Thiago Silva, Roger e Junior Cesar; Romeu, Arouca, Cícero e Carlos Alberto (André Moritz, 38'/2ºT); Alex Dias (Maurício, 29'/2ºT) e Adriano Magrão (Rodrigo Tiuí, 19'/2ºT). Técnico: Renato Gaúcho.
Eu mesmo me lembro de três grandes cagadas do Wright: a final do carioca de 1985, entre Fluminense e Bangu, quando ele deixou de marcar um pênalti de Vica em Cláudio Adão no último minuto; o jogo em que o Flamengo eliminou o Atlético Mineiro da Libertadores de 1981, e Wright expulsou quatro ou cinco jogadores do Galo no primeiro tempo, inexplicavelmente; e o Flamengo e Vasco em que ele entrou em campo com um microfone para gravar as ofensas que dirigia aos jogadores do Vasco.
O cara tinha potencial, mas seu ego era tão grande que volta e meia metia os pés pelas mãos e por isso nunca chegou aos pés do Arnaldo. O próprio lance da final de 1985 mostra isso. Aos 45 minutos do segundo tempo, Marinho rouba uma bola na lateral direita da defesa bangüense e faz um lançamento de 50 ou 60 metros para Cláudio Adão, que estava no meio de campo , marcado por Vica. Os dois correm atrás da bola e Cláudio Adão chega na frente. Na entrada da área tricolor, Vica o derruba. Wright estava na lateral direita, acompanhando de perto o ataque tricolor e foi traído pelo lançamento de Marinho. Quando o pênalti aconteceu, estava correndo em direção ao lance, mas ainda não havia chegado ao meio-campo. Não viu, não pôde ver o lance. Não teve certeza, não teve confiança para marcar o pênalti e não o marcou. Esse não foi o seu grande erro, mas sim o que aconteceu a partir daí. Cercado pelos jogadores alvi-rubros, mandou o jogo seguir. Paulo Victor lança a bola para o ataque, e cai nos pés de Romerito. Os jogadores do Bangu perseguem Wright que continua a correr com os braços abertos indicando que o jogo estava em andamento. O goleiro do Bangu abandona o gol e junta-se aos companheiros na sua reclamação. Romerito, sem marcação, toca para o gol vazio, no que seria o terceiro gol tricolor. Wright aponta para o meio campo, valindando o gol. Era o que faltava! Os jogadores do Bangu começam a agredir Wright que pede socorro à polícia. Apanhou um pouco antes de sair de campo. Depois, nas entrevistas explicando o lance, preferiu mentir: disse que havia encerrado o jogo quando houve o lançamento de Marinho. As emissoras de TV recuperaram imagens filmadas por trás dos gols desmentindo essa explicação covarde. Enfim, uma lambança sem tamanho que poderia ter sido amenizada se admitisse o erro.
Por tudo o que fez na sua carreira como árbitro, Wright não poderia ser mesmo um bom comentarista de arbitragem. Quando assisto um jogo do Fluminense pela Rede Globo e Wright é o comentarista de arbitragem, invariavelmente me irrito com seus comentários. Pois bem, toda essa introdução foi para comentar sobre a vitória do Flu contra o América de Natal, uma das partidas que mais me irritou nos últimos tempos.
Para começar Wright iniciou elogiando o árbitro do jogo, o mineiro Cléver Assunção Gonçalves, um dos piores árbitros da nossa primeira divisão. Aquele mesmo que conseguiu roubar mais que o Edilson Pereira de Carvalho ao apitar a segunda edição do jogo Juventude x Fluminense, anulado em 2005. Disse que Cléver Gonçalves era um árbitro muito bom, que "evoluiu muito no ano passado e que vinha fazendo um excelente campeonato". Estás brincando, não é, Wright?
Durante a partida tivemos a oportunidade de ver o árbitro desfilar seu repertório de erros, roubos e omissões, culminando com a anulação de um ataque do Flu, no primeiro tempo, para marcar uma falta a favor do Flu, ignorando uma vantagem com chance clara de gol. Detalhe: a torcida do América de Natal exibia uma faixa com os dizeres: "Sr. Juiz, por favor, roube com moderação!". Pelo visto não somos só nós que sofremos com esses pilantras...
Quanto ao jogo, o Flu venceu, é verdade. Mas venceu jogando mal, muito mal, o que é sinal de que derrotas vêm por aí. Alex Dias colaborou muito para aumentar a minha irritação ao driblar o goleiro e perder um dos gols mais feitos que já vi na minha vida. Digno de entrar na coletânea de gols perdidos do Youtube. Carlos Alberto continuou a praticar aquele esporte que ele - e somente ele - acha que é futebol. Não é. Parece futebol, ou melhor, lembra vagamente, mas não é. Pois futebol é um esporte coletivo e o que Carlos Alberto pratica, não. Enfim, apesar de Carlos Alberto e Alex Dias, contando com a ajuda do fraquíssimo time do América de Natal, o Fluminense conseguiu a sua primeira vitória fora de casa e trouxe para o Rio mais três pontos que o deixaram em quinto lugar no campeonato brasileiro.
E eu, após o jogo, lamentei ter perdido o meu tempo vendo esta pelada, me irritando com Alex Dias, Carlos Alberto, Cléver Gonçalves e o hors-concurs José Rouberto Wright.
FICHA TÉCNICA - SÚMULA:
AMÉRICA-RN 0 X 1 FLUMINENSE
Estádio: Machadão, Natal (RN)
Data/hora: 24/06/2007 - 16h (horário de Brasília)
Renda: R$ 155.545,00
Público: 10.061 pagantes
Árbitro: Cléver Assunção Gonçalves (MG)
Auxiliares: Marco Antônio Gomes (MG) e Guilherme Dias Camilo (MG)
Cartões amarelos: Leandro Sena, Marquinho (AME); Carlinhos (FLU)
Cartões vermelhos: Odirley, 33'/2ºT (AME)
GOLS: Adriano Magrão, 1'/1ºT (0-1)
AMÉRICA-RN: Renê, Márcio Santos, Odirley e Marcos Alexandre (Marquinhos, intervalo); Adriano Peixe, Rafael Muçamba (Arlon, intervalo), Célio, Paulo Isidoro (Frontini, 31'/2ºT), Leandro Sena e Marcinho; Luciano Dias. Técnico: Lori Sandri.
FLUMINENSE: Fernando Henrique, Carlinhos, Thiago Silva, Roger e Junior Cesar; Romeu, Arouca, Cícero e Carlos Alberto (André Moritz, 38'/2ºT); Alex Dias (Maurício, 29'/2ºT) e Adriano Magrão (Rodrigo Tiuí, 19'/2ºT). Técnico: Renato Gaúcho.
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