30 janeiro 2007

As opções do Branco

A profissão mais fácil do mundo é comentarista de futebol. Os caras falam cada bobagem, repetem meia dúzia de chavões que estão na moda, puxam o saco de quem está por cima, chutam cachorro morto, mudam de opinião como quem troca de roupa, e se acham sempre com a razão. A moda agora é dizer que é um erro trocar de técnico. Desde domingo, ouvi meia dúzia de comentaristas criticar a possibilidade de demissão do PC Gusmão, afirmando que assim o Fluminense estaria repetindo os erros de 2006, quando teve seis técnicos em toda a temporada.

Seis técnicos onde? Em 2006 não tivemos nenhum técnico! Aliás, não temos técnico desde 2005 quando amadoristicamente deixamos o Abel Braga ir embora. Ou pelo menos não tivemos nenhum técnico compatível com o investimento que o Fluminense vem fazendo. Nenhum técnico capaz de extrair um bom futebol dos jogadores que contratamos. Nenhum técnico capaz de dar padrão de jogo ao time. Os comentaristas sustentam que o time não tem padrão de jogo por que não dão tempo suficiente aos técnicos de mostrar o seu trabalho. Pode ser, mas quanto tempo teríamos que esperar para ver algum padrão de jogo nos times de Ivo Wortmann, Paulo Campos, Josué Teixeira, Oswaldo de Oliveira, Antônio Lopes e PC Gusmão? Considerando que esses técnicos conseguiram, no máximo uma ou duas vezes em suas carreiras alcançar tal feito, o Fluminense teria que esperar anos, talvez décadas, até que montem um time com um mínimo de organização tática. Até lá o aquecimento global já derreteu as calotas polares e alagou o Rio de Janeiro...

Não estou defendendo a demissão sumária do PC Gusmão. Há que se considerar quais as opções para substituí-lo. Infelizmente os técnicos de ponta já estão empregados e muitos deles, como o Vanderley Luxemburgo, mais de uma vez foram convidados a treinar o Flu, e se recusaram. Então já que não podemos contratar um Luxemburgo, um Autuori, um Muricy, um Parreira, ou mesmo repatriar o Abel, quais são as nossas opções? Bem, se for para contratar técnicos medianos e medíocres como o PC Gusmão, neste caso eu concordaria com os comentaristas que talvez fosse melhor mantê-lo no comando do time, pelo menos enquanto não há um nome disponível no mercado.

O problema de manter o PC Gusmão no comando é que ele provavelmente não conseguirá montar o time. Por enquanto ainda não temos um time. Temos os jogadores, mas ainda não temos o time. Eu sinceramente estou começando a duvidar que o PC Gusmão será capaz de montar o time, seja em um mês, ou em um ano. No ano passado ele teve todas as condições de fazê-lo no Cruzeiro, um dos clubes mais bem estruturados do país, e não conseguiu. Foi um fiasco no campeonato brasileiro. Eu já lançava esta dúvida aqui, antes mesmo do início do campeonato. O que antes era uma dúvida, agora já está quase se transformando em certeza.

Eu penso que o Branco está diante de três opções. A primeira seria deixar tudo como está, acreditando no trabalho do PC. A segunda seria demiti-lo. A terceira seria mantê-lo, provisoriamente, até que um técnico de ponta (e que aceite vir treinar o Fluminense) esteja disponível no mercado. Na minha opinião, a primeira opção é a pior. Quanto mais tempo insistirmos acreditando no PC, mais tempo perderemos. A classificação para as finais da Taça Guanabara ficou difícil. Com mais um tropeço se tornará impossível, e o prejuízo será imenso, tanto financeiro quanto emocional. Provavelmente o PC Gusmão será demitido neste caso. Novo técnico será contratado às pressas e tudo recomeçará...

Demiti-lo agora é uma incógnita. Quem virá para o seu lugar? É sempre bom fazer esta pergunta antes de pedir a cabeça do técnico, pois não podemos excluir a possibilidade de piorar o que já está ruim! Foi isso o que fizemos no ano passado, e o resultado foi uma catástrofe. Só podemos demiti-lo se contratarmos um técnico capaz de fazer um trabalho melhor que o PC. Além dos nomes que eu já citei aqui (Luxemburgo, Abel, Muricy, Parreira e Autuori), eu incluiria o Cuca e o Nei Franco, que estão fazendo um bom trabalho, mas também estão firmes em seus respectivos empregos. Leão é um nome de ponta, mas sua personalidade polêmica e conturbada traria mais problemas do que benefícios ao Fluminense.

A terceira opção seria manter o PC até que o Fluminense possa contar um técnico melhor. Mas para que isso aconteça, é preciso que o Branco faça uma intervenção no comando técnico. Não é possível que o PC continue escalando mal o time. Não é possível que fique à beira do campo decidindo sozinho as substituições, por que já sabemos que não é capaz de enxergar o que está acontecendo em campo, e vai meter os pés pelas mãos de novo. O Abel, que é um técnico muito melhor que o PC, contava com o Leomir vendo o jogo das arquibancadas e recebia dele, pelo rádio, a leitura do que estava acontecendo em campo. Eram duas pessoas decidindo o que fazer. Duas cabeças pensam melhor do que uma; já dizia o ditado. Se vamos continuar com o PC por enquanto, é preciso que o Branco limite seus poderes e encontre alguém, senão ele próprio, para dividir a responsabilidade com o PC.

28 janeiro 2007

Flu perde de virada em Volta Redonda

Pela segunda rodada da Taça Guanabara, o Fluminense foi a Volta Redonda enfrentar o time da cidade. O técnico PC Gusmão manteve a escalação da primeira rodada, quando jogamos mal, mas vencemos o Friburguense. O primeiro tempo foi equilibrado, as duas equipes estavam se estudando e criaram poucas chances de gol. O meio-campo do Fluminense estava muito mal, muito lento, sem conseguir municiar o ataque. Carlos Alberto procurava sempre a jogada individual e dava tempo aos jogadores do Volta Redonda recomporem a defesa. Cícero sumidíssimo do jogo. Arouca e Romeu também estavam mal. Mesmo assim, o Fluminense poderia ter saído na frente em duas jogadas de categoria do Alex Dias que deixou o Carlinhos e depois o Cícero em condições de marcar.

Quem não faz, leva. E o Fluminense, numa falha de marcação dos volantes, deixou espaço para o lateral direito deles entrar nas costas do Júnior César, que estava fechando no meio. O lateral cortou e chutou forte. Luiz Alberto se abaixou e enganou Ricardo Berna, que não teve reflexo para defender o chute forte que passou sobre sua cabeça. O Volta Redonda fez 1 a 0 aos 38 minutos e a partir daí o time sentiu e quase cede o segundo após Júnior César perder a bola.

No intervalo, PC Gusmão fez duas substituições: tirou Romeu e pôs Thiago Neves, e tirou Cícero e pôs Soares. Mais uma vez não deu chances de vermos Cícero e Soares juntos em campo, aproveitando o entrosamento que tinham no Figueirense. Mas hoje nem reclamo muito pois a atuação do Cícero no primeiro tempo foi muito fraca e as substituições deram logo resultado. Aos 20 segundos de jogo, o Flu mostrou que queria jogo: Thiago Neves enfia uma bola para Alex Dias que é cortada para escanteio. Na cobrança do córner, Renato Silva desvia para o segundo pau e Soares entra livre para empatar de cabeça. Aos 2 minutos, Carlos Alberto faz bela jogada individual, se livra de dois jogadores e chuta forte, sem defesa para o goleiro.


O Fluminense exagerou na comemoração com o banco de reservas, como se houvesse conquistado o jogo ou vencido o campeonato. O juiz autoriza o reinício de jogo e o Volta Redonda parte para o ataque com boa parte do time do Fluminense ainda no campo adversário. Carlos Alberto acenava para a torcida. Por causa desse vacilo, o Volta Redonda quase chegou ao empate. Eu me lembro que na partida de estréia do PC Gusmão no Fluminense, no ano passado contra o Flamengo, sofremos o gol de empate logo após o gol do Tuta por causa desse mesmo vacilo. É inaceitável que um time profissional cometa um erro tão primário. Os jogadores precisam estar ligados no jogo durante todo o tempo.

Até os 25 minutos do segundo tempo, o Volta Redonda sentiu a virada. O Fluminense poderia ter feito o terceiro e o quarto gols, mas os atacantes erravam nas finalizações, ou eram individualistas demais. Soares apareceu bem no jogo e caía ora pela direita, ora pela esquerda. Por duas vezes foi lançado em contra-ataque mas desperdiçou os lances. Na melhor chance do Flu, os três atacantes conseguem envolver a defesa do Volta Redonda numa bonita triangulação, mas Rafael Moura perde o gol chutando a bola na trave, aos 23 minutos.

A partir desse lance, o Volta Redonda começou a acreditar que poderia virar. O técnico deles tirou Sérgio Manoel e botou Glauber em campo, que mudou o jogo. A partir dessa mudança, o Volta Redonda passou a dominar o meio campo e a criar chances de gol. O empate não demorou a sair, numa jogada em que a zaga do Fluminense ficou dormindo, pedindo impedimento.

O problema do Fluminense era no meio-campo, e aos 37 minutos, o técnico PC Gusmão faz uma lambança ao tirar Alex Dias para colocar em campo Adriano Magrão, queimando a última substituição numa mudança sem sentido. Primeiro por que Adriano Magrão é um jogador muito fraco, e segundo, por que fez uma leitura errada do jogo. Precisávamos recompor o nosso meio-campo, onde éramos dominados. Não havia necessidade de mexer no ataque. Se o Alex Dias estava cansado ou machucado, que entrasse o Roger, o David ou Thiago Silva no seu lugar. Qualquer um dos três poderia fechar o buraco no meio-campo do Flu. Esse erro do PC Gusmão decretou a derrota do Fluminense. O castigo veio aos 41 minutos, com o gol da virada do Volta Redonda.

Minhas restrições ao PC Gusmão aumentaram muito depois dessa partida de hoje. O Fluminense está mal escalado e o técnico não consegue fazer uma leitura correta do jogo. Vamos ver o que vem pela frente, se irá modificar o time para a próxima partida, contra o Nova Iguaçu. Rafael Moura já quebrou um galho ao ser expulso. Pelo menos o erro de escalá-lo o PC Gusmão não poderá repetir.

FICHA TÉCNICA - SÚMULA

VOLTA REDONDA 3 x 2 FLUMINENSE

Estádio: Raulino de Oliveira, Volta Redonda (RJ)
Data/hora: 28/1/2006 - 16h (de Brasília)
Árbitro: Ubiraci Damasio Oliveira (RJ)
Auxiliares: Aristeu Leonardo Tavares e Dibert Pedrosa Moises (RJ)

Cartões amarelos: Cadu (VOL); Arouca e Thiago Neves (FLU)
Cartões vermelhos: Rafael Moura (FLU)

Borderô
Público: 6.460 pagantes
Renda: R$ 69.270,00

Gols: Júlio César (VOL), 38'/1ºT (1-0); Soares (FLU), 40''/2ºT (1-1); Carlos Alberto (FLU), 2'/2ºT (2-1); Welton (VOL), 37'/2ºT (2-2); Amaral (VOL), 41'/2ºT (2-3)

VOLTA REDONDA: Sandro, Júlio César, Alemão Aílson e Hamilton; Léo, Cadu (18'/2ºT- Rodrigo Calixto), Adriano Felício e Sérgio Manoel (28'/2ºT - Gláuber); Amaral e Robert (8'/2ºT - Welton).
Técnico: Moreno.

FLUMINENSE: Ricardo Berna, Carlinhos, Renato Silva, Luiz Alberto e Junior Cesar; Romeu (intervalo, Thiago Neves), Arouca, Cícero (intervalo, Soares) e Carlos Alberto; Alex Dias (37'/2ºT - Adriano Magrão) e Rafael Moura.
Técnico: Paulo César Gusmão.

27 janeiro 2007

Domingo sem Maracanã

Quem fez a tabela do campeonato carioca pisou na bola feio. Domingo não vai haver jogo no Maracanã pois os quatro grandes jogam fora de casa. Quer dizer, os três, pois o Flamengo jogaria em Campos mas já conseguiu um jeito de transferir o jogo para Volta Redonda na próxima quarta-feira.

Um verdadeiro gol contra que poderia ter sido evitado. Na primeira rodada os quatro joagaram em casa. Era só ter feito um dos quatro estrear como visitante, não? Ou será que foi imposição dos dirigentes, que bateram o pé e fizeram questão de estrear em casa?

25 janeiro 2007

Novo time estréia com vitória

Depois de muita expectativa e até mesmo um certo oba-oba por parte da torcida, o Fluminense estreou o time novo. Em campo, contra o Friburguense, em sua primeira partida pela Taça Guanabara, estreavam de uma só vez seis jogadores que nunca haviam vestido a camisa tricolor: Carlinhos, Renato Silva, Luiz Alberto, Cícero, Rafael Moura e Alex Dias. No decorrer do jogo, mais três estréias: Soares, Thiago Neves e David. Muita novidade de uma vez só. A torcida tricolor compareceu em peso para conhecê-los. E lá fui eu também, após um dia estressante de trabalho, encarei um engarrafamento monstro e dificuldade para estacionar meu carro. Já devia saber que o jogo seria concorrido e que a torcida tricolor tem o hábito de chegar em cima da hora. Isso tudo, aliado à ignorância da Suderj e da PM que organizaram um espécie de curral por onde a torcida tinha que entrar, dificultando mais ainda a entrada no estádio, e o resultado foi que eu e milhares de torcedores perdemos o início do jogo.


Quando finalmente entrei pude ver um primeiro tempo arrastado, chato, com um futebol feio. Tentava identificar os novos jogadores do Flu e algum padrão de jogo no time. Não consegui ver padrão de jogo. Quero dizer, no Fluminense, pois o Friburguense tinha padrão de jogo bem definido. Com suas limitações, o Friburguense enfrentava de peito aberto o Fluminense, com muita marcação e disposição. Quanto aos jogadores, pouco a pouco fui me familiarizando com eles. Quem chamou a atenção foi o Carlinhos, apoiando bastante o ataque e procurando sempre a linha de fundo. Cruza muito bem. As principais jogadas de ataque do Flu partiam da direita, de seus cruzamentos. Ou de cobranças de escanteio, também muito bem executadas, cobradas da maneira como eu gosto: da ponta direita, com o pé direito. Assim as bolas chegam na área mais ou menos na marca do pênalti, onde os companheiros têm a facilidade de cabeceá-la de frente para o gol. Pena que os jogadores do Flu desperdiçaram todas as oportunidades, principalmente os dois zagueiros, Luiz Alberto e Renato Silva.

A dupla de ataque mostrou desentrosamento. Rafael Moura reforçou a impressão que eu já tinha a seu respeito: trata-se de um Tuta jovem. Alex Dias errava muitos passes, coisa que eu credito ao desentrosamento com os companheiros e ao seu próprio estilo de jogo, que é muito propício ao erro, já que toca muito a bola de primeira. É um estilo muito bonito de jogo, mas é preciso que tenha um companheiro de ataque inteligente e que também toque de primeira. Não é à toa que fez tanto sucesso no Vasco quando jogou ao lado do Romário. Não vejo o Rafael Moura com potencial para ser o companheiro de ataque de Alex Dias, mas vamos dar tempo ao tempo e uma chance ao He-Man. O gol da vitória tricolor saiu num chute cruzado de Alex Dias, após receber um belo passe de Carlinhos e contou com a falha do bom goleiro Adriano, que costuma fechar o gol contra a gente.

Alex Dias

No meio campo, Cícero era uma das mais esperadas estréias. Depois de um campeonato brasileiro muito bom pelo Figueirense no ano passado, o Fluminense venceu a briga com vários clubes brasileiros, entre eles o poderoso São Paulo, e contratou-o, juntamente com Soares, que começou no banco, e entrou no segundo tempo, no lugar do Rafael Moura. Não entendi o PC Gusmão. Em vez de aproveitar o entrosamento dos dois, tirou Cícero de campo logo após a entrada do Soares e a dupla jogou apenas 11 minutos juntos. E ficaram devendo. Cícero fez uma estréia tímida. Soares parecia estar mais empolgado e mostrou muita correria. Cada um perdeu um gol feito. Cícero escorou de esquerda um cruzamento de Júnior César para fora e Soares perdeu a chance mais clara de gol, nos acréscimos quando entrou livre, cara a cara com o goleiro Adriano e deixou-o tomar a bola ao tentar o drible.

Carlos Alberto foi contratado para ser o astro, o camisa 10, o ídolo. E reestreou disposto a sê-lo. Talvez tenha sido este o motivo de não ter me agradado. Além de estar fora de forma, procurou quase sempre a jogada individual. Ele tem muita habilidade com a bola nos pés, é verdade, mas na posição em que joga ele tem que soltar mais a bola. Por várias vezes poderia ter passado a bola a um companheiro melhor colocado, não o fez e estragou a jogada. Espero que ao longo do ano Carlos Alberto se conscientize que tem que jogar para o time. Só assim poderá se tornar um astro.

Os volantes jogaram muito bem. Todos os dois, Arouca e Romeu. É meio redundância falar que o Arouca jogou bem, mas é tão bom repetir isso... O Romeu também foi bem. Não tem o futebol clássico do Arouca mas deu pro gasto e está evoluindo. Não gostei da atuação do Júnior César, que apoiou muito pouco o ataque, justamente o seu ponto forte. Não sei se foi a pedido do técnico PC Gusmão, a verdade é que o Júnior César quase não se aventurou além da intermediária adversária e não me lembro de tê-lo visto à linha de fundo. Jogando defensivamente, é um jogador fraco e perderá a posição para o Roger. Na zaga, gostei muito do Luiz Alberto, muito seguro. Seu companheiro Renato Silva não jogou bem, sentiu a estréia. Foi envolvido várias vezes e ganhou um cartão amarelo de bobeira. Se continuar assim, também perderá a posição facilmente para o Thiago Silva. Berna foi pouco exigido e bateu roupa numa bola defensável. O Friburguense não chegou ao empate neste lance graças ao Luiz Alberto. Thiago Neves substituiu Cícero e o Fluminense continuou sem conseguir criar no meio-campo. Nos minutos finais entrou David no lugar de Carlinhos e mostrou um boa movimentação no pouco tempo em que jogou.

Em linhas gerais não gostei do que vi. Eu sei que é cedo para cobrarmos alguma coisa do PC Gusmão, o time ainda está se conhecendo e muitos jogadores ainda não estão na sua melhor forma, mas também não temos muito tempo pela frente. O campeonato é curto e nossos adversários largaram na frente por que mantiveram a base do ano passado. O Vasco, que estreou no mesmo horário enfrentando o Nova Iguaçu em São Januário, é candidato ao melhor meio-campo do Rio, talvez do Brasil: Conca e Morais. Dois jogadores jovens, rápidos e inteligentes. Se o Renato Gaúcho for esperto poderá extrair muito desta dupla. Ontem, cada um dos dois deu um belo passe que resultou em gol na vitória por 2 a 0. Continuo afirmando que o Vasco é um dos favoritos ao título do Carioca. Já o Botafogo, meu outro favorito, queimou a minha língua ao empatar com o Madureira de Maicon, Djair e Marcelo, no jogo de fundo. Acho que não preciso falar mais nada depois de citar esses três jogadores. Todos eles já jogaram no Flu. Djair já era lento quando foi campeão pelo Flu em 1995. Maicon irrita pela lerdeza, e Marcelo é aquele mesmo perdedor de gols marrento que tropeçou na bola num Fla-Flu, cara a cara com o goleiro. Não é possível tomar contra-ataque de um time assim e o Botafogo tomou vários. Valdir Papel fez dois gols muito bonitos e se não fosse a ruindade do Marcelo o Madureira poderia ter feito quatro gols.

Bem, mas vamos voltar ao Fluminense. Não gostei do que vi, mas gostei do placar. 1 a 0 foi o placar ideal. Ganhamos três pontos e não iludimos ninguém. A torcida no ano passado pagou o mico de gritar “é campeão” na segunda rodada depois de duas goleadas e o time acabou não se classificando para nenhuma semifinal, nem na Taça Guanabara, nem na Taça Rio. Este ano a euforia pela contratação dos novos jogadores já começa a desaparecer com esse resultado magro e isso é bom. É bom botarmos os pés no chão, calçarmos as sandálias da humildade porque temos muito trabalho pela frente.


FICHA TÉCNICA - SÚMULA

FLUMINENSE 1 X 0 FRIBURGUENSE

Estádio: Maracanã, Rio de Janeiro
Data/hora: 24/1/2007 - 19h30min (de Brasília)

Árbitro: Marcelo de S. Pinto
Auxiliares: Marcelo Fonseca Duarte(RJ) e Ediney Guerreiro Mascarenhas(RJ)

Cartões Amarelos: Bidu, Crispim e Daniel(FRI); Renato Silva(FLU)
GOL: Alex Dias - 15'/2ºT (1-0)

Borderô
Público: 31.158 pagantes
Renda: R$ 469.665,00

FLUMINENSE: Ricardo Berna; Carlinhos(David - 40'/2ºT), Renato Silva, Luiz Alberto e Junior Cesar; Arouca, Romeu, Carlos Alberto e Cícero(Thiago Neves - 24'/2ºT); Alex Dias e Rafael Moura(Soares - 13'/2ºT) - Técnico: Paulo César Gusmão

FRIBURGUENSE: Adriano; Sérgio Gomes, Cadão, Ronan e Gílson; Bidu, Daniel, Gleisson e Carlos Alberto(Crispim - 20'/2ºT); Mossoró(Ricardinho - 26'/2ºT) e Ziquinha(Éder - 38'/2ºT) - Técnico: Cleimar Rocha

21 janeiro 2007

Flu é eliminado da Copinha

Hoje à tarde me preparei para ver mais um jogo deste time de juniores do Fluminense que vem fazendo uma bela campanha na Copa São Paulo de Juniores. E os garotos novamente não decepcionaram. Jogaram muito bem contra o forte time do São Paulo e foram superiores em diversos momentos do jogo. Fomos eliminados, perdemos por 2 a 1, resultado até esperado, mas o saldo foi altamente positivo e a torcida tricolor pôde conhecer alguns jogadores que têm tudo para serem aproveitados no time profissional dentro de pouco tempo.

O Flu começou muito bem no jogo, dominando o meio campo e criando uma chance logo aos três minutos, quando Léo Itaperuna foi lançado, passou pelo goleiro são-paulino e foi derrubado por ele dentro da área. Pênalti claro que o juiz não deu e poderia ter mudado o resultado do jogo. Até mesmo o comentarista do Sportv, paulista, reconheceu que foi pênalti. Bem, o Fluminense não se abalou. Já sabendo o que iria encontrar pela frente nas terras de Edílson Pereira de Carvalho, o Fluminense seguiu dominando o meio-campo. O São Paulo, talvez inseguro por não contar com sua zaga titular, dava muitos espaços para o Fluminense jogar. O Fluminense dominava o meio mas não conseguia criar chances claras de gol. Sentia a falta do meia Renan, suspenso. Tartá, seu substituto, caía aberto pela ponta direita e dava muito trabalho à defesa são-paulina, que destacava às vezes três jogadores para marcá-lo.

A partir dos 20 minutos de jogo, o São Paulo começou a encontrar o seu jogo. Acertou a marcação no meio e o Fluminense não encontrou mais espaços. O tricolor começou a ser pressionado e quem se destacou foram o excelente goleiro Alessandro, que em uma defesa chocou-se contra a trave, e o zagueiro Sandro, perfeito no desarme sem cometer faltas. O técnico tricolor, Anthony Santoro, inverteu o posicionamento do Tartá, fazendo-o cair para a esquerda, o que abriu espaço para a subida do lateral esquerdo são-paulino. O lateral direito tricolor, Anderson, muito bom no apoio, não percebeu que o São Paulo começava a se criar pelo seu lado e continuou apoiando. O castigo veio nos acréscimos. O excelente meia são-paulino Sérgio Mota enxergou um companheiro livre pela esquerda e meteu a bola. Ao cortar o goleiro, foi derrubado. Pênalti e 1 a 0 para os donos da casa.

No segundo tempo, logo no início do jogo o São Paulo faz o segundo gol numa bonita trama que envolveu toda a defesa tricolor. O Fluminense se abateu e o domínio paulista aumentou. O goleiro Alessandro continuou fechando o gol. Quando menos se esperava o atacante Mário faz bela jogada individual e arremata no ângulo, num chute belíssimo. 2 a 1 no placar. O jogo ficou aberto. O Fluminense tentava o empate mas esbarrava na sólida defesa são-paulina. No meio campo começou a aparecer o futebol do Fernando Bob, que não me agradara nas partidas anteriores. Encontrando mais espaço, ele passou a carregar o Fluminense ao ataque, com passes precisos, boas viradas de jogo, arrancadas e dribles, mas faltou aquele último passe para deixar um companheiro na frente do gol.

Bem, o saldo final foi positivo. Ficamos conhecendo o potencial desses jogadores e esperando para revê-los, dentro de um ou dois anos, fazendo parte do elenco profissional. O goleiro Alessandro foi que mais me agradou. O zagueirão Sandro também tem condições de subir para os profissionais e fazer boa figura. Anderson tem potencial, chuta bem mas é fraco defensivamente. O volantes Maurício e Fernando Bob também agradaram. O meia Renan é muito técnico mas precisa ganhar corpo e aprender a ser mais objetivo. Os atacantes, Mário, Vinícius e Léo Itaperuna, tiveram apresentações irregulares. O técnico Anthony Santoro está de parabéns por ter montado este time, mas hoje não conseguiu vencer o esquema tático do São Paulo, que foi superior e mereceu a vitória.

19 janeiro 2007

Juniores do Flu estão nas quartas

Alessandro
Os juniores do Fluminense derrotaram o Juventus nos pênaltis e estão classificados para as quartas de final da Copa São Paulo de Futebol Júnior. No tempo normal o placar foi 1 a 1 e nos pênaltis o Fluminense venceu por 4 a 1, com boa atuação do goleiro Alessandro. Não me surpreendo porque esse goleiro já mostrou qualidades nos outros jogos. É alto e sabe sair muito bem no chão. No último jogo, contra o Londrina, ia tomando um frangaço, por excesso de confiança. Tentou agarrar uma bola que veio fraca, mas molhada, que quase o traiu. Mas teve sorte e reflexo para pegá-la na segunda tentativa. Hoje defendeu um pênalti e teve boa atuação no jogo. Parece que será um bom goleiro, mas não quero queimar a minha língua como queimei com o Fernando Henrique.

O próximo jogo não será nada fácil. Enfrentaremos o São Paulo que parece que tem um time muito bom, além de jogar em casa e contar com o favorecimento da arbitragem. Será difícil mas não impossível. Bom, mesmo que percamos, já podemos dizer que fizemos uma campanha muito boa e a torcida pôde conhecer algumas promessas: Alessandro, Sandro, Renan, Maurício e Mário, foram os jogadores que mais gostei.

17 janeiro 2007

Fluminense vence Londrina na Copinha

Sob muita chuva, o time de juniores do Fluminense derrotou o Londrina por 2 a 1 na Copa São Paulo de Futebol Junior e passou para as oitavas de finais, quando enfrentará o Juventus na próxima sexta-feira, em Embu das Artes, às 14 horas. O Juventus classificou-se para as oitavas ao derrotar o Botafogo.

Apesar do placar apertado, não foi um jogo difícil para o time do Fluminense, que mostrou superioridade desde o início da partida. O primeiro gol saiu logo no início da partida, após um lançamento do lateral direito Anderson, o meia Felipe cruzou rasteiro e o atacante Vinícius tocou de chapa para o gol. A desvantagem no placar desestabilizou o time do Londrina, que levou pouco perigo ao gol do Fluminense durante o primeiro tempo.

No segundo tempo, novamente no início do jogo, o centro-avante Mário faz boa jogada de pivô e rola para o chute cruzado de Felipe. A partir daí o Fluminense passou a administrar o resultado e poderia até mesmo ter ampliado o placar, mas pecou pela falta de objetividade. Em vez disso, quem marcou foi o Londrina, aos 31 minutos, após nova falha do lateral Noel.

O time do Fluminense mostrou que tem condições de brigar pelo título, principalmente se puder continuar contando ao longo da Copa com os dois jogadores que saíram contundidos: o volante Maurício e o atacante Vinícius. Além desses dois jogadores, que atuaram muito bem, os destaques deste jogo foram o zagueiro Sandro – sempre muito seguro e leal – , o lateral Anderson, o meia Felipe e o atacante Mário – muito inteligente na movimentação no ataque. O meia Renan, muito habilidoso com a bola nos pés, continua pecando pelo excesso de firulas. Deveria soltar mais a bola e desse modo evitar o choque com os adversários, onde sempre leva desvantagem pelo físico pouco privilegiado.

FICHA TÉCNICA

FLUMINENSE 2 x 1 LONDRINA

Data/hora: 17/01/2007
Local: Suzano/SP

Árbitro: Thiago Silva Egídio

Auxiliares: Márcio Jacob e Robson da Costa

Cartões amarelos: Alisson, Marcelo, Sandro e Warley (LON) e Anderson (FLU)

GOLS: Vinicius, 9’/1ºT e Felipe, 3’/2ºT (FLU); Alan, 31’/2ºT (LON)

FLUMINENSE: Alessandro; Anderson, Sandro, Caio, Noel; Fernando, Maurício (Tartá), Renan e Felipe (Mayaro); Vinicius (Léo) e Mário.

LONDRINA: Luís Paulo; Alisson, Bruno, Marcelo, Hélder; Wallace, Sandro, Warley (Jackson), Rodrigo Brasília (Henrique); Alan e Gustavo.

15 janeiro 2007

No primeiro jogo-treino, Flu goleia

Soares, Cícero e Carlos Alberto
No primeiro jogo-treino do ano, na Granja Comary, o Fluminense derrotou um combinado de Teresópolis pelo placar de 7 a 1. No primeiro tempo atuaram os titulares. O Fluminense entrou em campo com Ricardo Berna, Carlinhos, Renato Silva, Luiz Alberto e Júnior César; Fabinho, Arouca, Carlos Alberto e Cícero. Soares e Alex Dias. O placar parcial foi 3 a 0, com dois gols de Soares e um de Cícero. A dupla de ex-jogadores do Figueirense empolgou e já está sendo chamada de "novo casal 20". É claro que trata-se de um grande exagero da imprensa, pois ainda sequer estrearam em uma partida oficial. Mas o apelido reflete a vontade da torcida de que estes jogadores que vieram do Sul repitam a trajetória dos ídolos tricolores da década de 80, Washington e Assis. Carlos Alberto, a grande contratação do Fluminense, ainda está acima do seu peso ideal. Dizem que se apresentou com 6 quilos acima do peso, e que já teria perdido 4. Mesmo pesadão, mostrou disposição e mobilidade em algumas arrancadas. Os laterais não se apresentaram bem no ataque, e não foram muito exigidos na defesa. Fabinho, o novo volante que veio para o lugar de Marcão, não jogou bem e errou muitos passes. Alex Dias decepcionou e perdeu muitos gols.

No segundo tempo, entrou em campo o time reserva. Fernando Henrique, David, Douglas, Roger e Ivan; Romeu, André Moritz, Thiaguinho e Thiago Neves; Lenny e Rafael Moura puderam mostrar serviço ao técnico PC Gusmão diante do fraco combinado. O Fluminense fez mais 4 gols. Quem destacou-se foi Rafael Moura, o He-Man, que marcou 3 vezes. Thiago Neves completou a goleada. Outro jogador que teve boa presença foi o lateral esquerdo Ivan, que veio do Atlético Paranaense.

Torcida na Granja Comary
Um bom público compareceu para assistir ao treino, debaixo de chuva. Amanhã devem juntar-se ao grupo o lateral direito Rafael, que foi contratado ao Messina, da Itália, e o zagueiro Thiago Silva, que atuou em 2006 e está de volta. Com esses dois jogadores, fecha-se o grupo para a disputa do campeonato carioca.

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13 janeiro 2007

Previsões para 2007

Neste início de ano, quando os times já se reforçaram para o início da temporada, mas ainda não testaram suas forças em campo, qualquer previsão é arriscada, mas não vou fugir da responsabilidade. Vamos lá. No fim do ano veremos se minha bola de cristal está muito embaçada...

A primeira impressão é que, após vários anos de hegemonia paulista, o futebol será mais equilibrado em 2007. Dois grandes times paulistas, Corinthians e Palmeiras, atravessam uma crise política, que se reflete em campo. O Santos parece que também não tem uma boa saúde financeira, e perdeu jogadores importantes. Até mesmo o forte São Paulo sofreu perdas no elenco. Vamos ver como vai reagir à saída do Mineiro, do Fabão e do Danilo. Em termos nacionais, parece que apenas o São Paulo terá condições de disputar o título do campeonato brasileiro e seus principais adversários virão de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

Em Minas, o Cruzeiro volta a apresentar-se como candidato a títulos, com a contratação do excelente Paulo Autuori. É o meu favorito para a conquista do campeonato mineiro e da copa do Brasil, competição que já conquistou em quatro ocasiões (1993, 1996, 2000 e 2003). Não vejo o Atlético Mineiro capaz de fazer frente ao Cruzeiro neste ano.

No Rio Grande do Sul é muito difícil fazer qualquer previsão. Eu vejo o Internacional com uma melhor estrutura para disputar o campeonato brasileiro, mas no campeonato gaúcho qualquer um pode vencer, haja vista o que aconteceu em 2006. Além disso o Grêmio está melhorando o time. Se conseguir manter o volante Lucas, um dos melhores do país, pode realmente fazer boa figura no Brasileirão.

No Rio, parece que o futebol está renascendo. O Fluminense contratou um time titular quase que completamente novo, mantendo apenas Arouca e o goleiro, mas a melhor contratação foi a vinda do Branco. O clube precisava de um dirigente que entendesse de futebol e não desperdiçasse o dinheiro do patrocinador em contratações equivocadas. O Flamengo trouxe muitas caras novas também, e sua melhor contratação parece ser o atacante Souza, artilheiro do campeonato brasileiro. Vasco e Botafogo também se reforçaram e mantiveram a base do ano passado. Assim como o Flamengo, terão mais facilidades que o Fluminense, que vai demorar mais para entrosar o time. O Flamengo já avisou que sua prioridade será a disputa da Taça Libertadores. Decisão questionável que pode trazer problemas durante o campeonato estadual. Por causa disso, não incluo o Flamengo entre os favoritos para a conquista do campeonato carioca. Acredito que o Botafogo leva grande vantagem por ter mantido o time e contar com o melhor técnico, Cuca. O Vasco me parece mais focado nos mil gols de Romário do que interessado em vencer o campeonato. Mesmo assim, será um adversário difícil. Não vejo o Fluminense forte para vencer o Estadual. Muitos jogadores novos chegaram, alguns com pinta de craque, e isso tudo é muito bom para o marketing da UNIMED, mas o que esses jogadores farão em campo dependerá da capacidade do PC Gusmão em armar este time. Em 2007 a capacidade do PC Gusmão será posta à prova. Bem, torço para que ele consiga, mas minha previsão é que o Fluminense estreará no Brasileirão com outro técnico.

Resumindo, esses são meus favoritos:

Campeonato carioca: Botafogo, Vasco
Campeonato paulista: São Paulo, Santos
Campeonato mineiro: Cruzeiro
Campeonato gaúcho: Internacional
Copa do Brasil: Cruzeiro, Vasco
Campeonato Brasileiro: Internacional, São Paulo, Cruzeiro, Fluminense

08 janeiro 2007

Será que o PC vai encaixar o time?

A torcida tricolor está ansiosa para o reinício da temporada, bastante animada com as novas contratações. Após a péssima campanha em 2006, um furacão passou pelas Laranjeiras com a chegada do Branco. Uma barca zarpou em direção ao alto mar na última semana do ano, sem deixar saudades, com exceção da partida de Marcão, que após sete anos como jogador do Flu, vai desembarcar em Cabo Frio. Não houve lágrimas nas despedidas de Tuta, Evando e Rogério. Fernando Henrique acabou ficando para mais uma temporada, apesar dos desejos de muitos torcedores de que também partisse.

Assim como em 2004 e 2006, a torcida está comemorando as contratações. Não foram poucas: Júnior César, Renato Silva, Cícero, Soares, Luiz Alberto, Carlos Alberto, Rafael Moura, Carlinhos, David, Alex Dias, Thiago Neves, Fabinho, Ivan e Douglas. Espero que, diferentemente do que aconteceu naqueles anos, esta não seja a única comemoração da torcida.

Eu sou de um tempo em que a torcida comemorava títulos, vitórias sobre os nossos rivais. É isso que gostaria de comemorar em 2007. Por isso não estou soltando foguetes com as contratações que, no papel, são muito boas. Mas também não são nenhuma garantia de vitórias. São muitos jogadores novos, não mantivemos nenhuma base e temos que construir um time a partir do zero.

Nem todos sabem que isso demanda tempo. Tempo para testar várias combinações até que a melhor seja encontrada. Tempo para os jogadores se conhecerem, tempo para o treinador conhecer os jogadores. Tempo para as jogadas ensaiadas serem decoradas pelos jogadores. Será que teremos esse tempo? Essa pergunta é válida porque os nossos rivais mantiveram a base de 2006 e têm essa vantagem sobre nós. Enquanto nós partimos do zero, eles partem de um patamar mais alto.

O Botafogo tem, na minha opinião, o melhor treinador: Cuca. Se o Bebeto e o Montenegro não atrapalharem o trabalho do Cuca, o Botafogo tem chances de conquistar o bicampeonato. Manteve Zé Roberto e Dodô está voltando. O Vasco fez uma excelente contratação: o argentino Dario Conca, que nos eliminou da Copa Sulamericana em 2005. E tem a volta de Romário, que mesmo velho, ainda é um finalizador que semeia o terror em qualquer zaga. O Flamengo foi o que menos se reforçou, e vai disputar a Libertadores da América, o que pode desviar o foco do campeonato carioca. Mas também tem um treinador que já mostrou que é muito bom, principalmente de boca calada.

Branco, PC Gusmão e Celso Barros Com base nisso tudo, este campeonato carioca tem tudo para ser empolgante. Não vejo favoritismo nenhum e até diria que, dos quatro grandes, a dupla Fla-Flu começa em desvantagem. O Flamengo por disputar a Libertadores em paralelo, e o Fluminense por ter o pior treinador e por ter que começar do zero.

A torcida tricolor está em expectativa. Sabe que o treinador dispõe de um bom material para trabalhar, mas está desconfiada quanto à sua capacidade para montar o time. É bom que Branco e o Dr. Celso Barros continuem vigiando de perto o trabalho do PC para não deixar que a coisa desande.